Na ex- ESMA, centro clandestino de detenção e tortura em Buenos Aries, um exemplo de como é importante lembrar, para não permitir que os crimes daqueles tempos (e de hoje) permaneçam impunes e se repitam. No vídeo, a história de Lelia Bicocca. Desaparecida.
O Museu Sitio de Memoria ESMA, em Buenos Aires, Argentina, organizou uma visita aberta em 25 de maio de 2017 para lembrar a história de Lelia Bicocca, que foi sequestrada em 31 de maio de 1977 e levada para o Campo de Maio. Lelia é uma das "detentas-desaparecidas" vítimas da ditadura argentina. Ela tinha então 44 anos. Era catequista e militava no PRT-ERP. Em outubro de 1977, foi vista na Escola de Mecânica Armada (ESMA). Sob a luz da precária sala hoje chamada de "Capucha", Lelia desenhou uma história que denominou "Il Capuchino". Deu o desenho a Beatriz Luna, também sequestrada no centro clandestino, que conseguiu sair em liberdade.
Seu companheiro, Ricardo Camuñas - detido e liberado pelo Grupo de Tarefas da ESMA - conservou os desenhos e em 2014 os apresentou ao Julgamento Oral da ESMA. No dia 25 de maio de 2017, os desenhos foram doados ao Museu da ex-ESMA. Participaram da cerimônia a humorista gráfica e escritora Maitena, Ricardo Camuñas, sobrevivente, e Marta Dillon, escritora e jornalista, além de parentes de Lelia. Este vídeo mostra o momento inicial da visita, na frente do Museu, quando foi apresentado um vídeo com a história de Lelia.
O Museu da ex-ESMA tem fotos, documentos, áudios e reconstitui os espaços onde funcionou o centro clandestino de detenção, tortura e extermínio de pessoas que lutaram contra a ditadura argentina. No último sábado de cada mês, há visitas guiadas com convidados especiais. O golpe de 24 de março de 1976 na Argentina deixou um saldo de 30 mil pessoas detidas e desaparecidas pelo Terrorismo de Estado.
O Museu está aberto ao público de terças a domingos, das 10h às 17h. Entrada gratuita. Fica na Av. Libertador, 8151.
Para saber mais sobre o Museu, clique AQUI: http://www.espaciomemoria.ar/